Thursday, December 01, 2005

Diz que o poeta é um fingidor, e mais que não sei

Ontem, 30 de Novembro, foi o aniversário dos 70 anos da morte do maior poeta português de sempre, Fernando Pessoa (o maior a seguir ao Camões). Gostava que reavaliassem a tabela de high-scores de poetas portugueses, porque, pelo que me foi dado a ler (ou melhor, enfiado pela goela abaixo a muito custo no 12º ano) este título não é merecido. Coisa que mais me enfada nas "Artes" que tanta importância têm hoje em dia -e que são tão relevantes na nossa vida como... nada de especial, na realidade- são as interpretações rebuscadas ao extremo que se faz das "obras" (chamo aqui a atenção para o meu uso das aspas em certas palavras com o intuito de transmitir o chamado sarcasmo, não querendo utilizar termos depreciativos ao invés das referidas palavras).
Pega-se num poema que uma Pessoa escreveu, sabe-se lá a intenção ou nuvem escura que lhe estava a passar pela cabeça no momento, e tira-se de lá toda uma filosofia de vida, de encarar o mundo, de maneira de estar na profissão. Pega-se num borrão de tinta atirado para cima de um quadro, que um hippie que não sabe fazer mais nada da vida (frequentemente apelidado como "artista") achou que ficava bonito, e vê-se lá uma crítica à sociedade e uma revolução, algo nunca dantes visto, que o mundo deverá cair de joelhos e admirar toda a magnificiência. Então e que tal NÃO! Deixem de ler nas pinturas, músicas, poemas e filmes mais do que lá está, e não lhes dêem mais importancia do que merecem. Apreciem as coisas pelo que lá está, e parem de inventar o que não. Manter os pés na terra!

...Dito isto, gosto especialmente da Mensagem, deixa-me a sentir patriótico, e da Chuva Oblíqua, porque me deixa pedrado, sem precisar de substâncias extra para além do texto. Provavelmente gosto destas peças porque os li sem "guias" a dizerem-me o verdadeiro significado por detrás das palavras, e os apreciei ao meu próprio sabor. Mas também não são o expoente máximo da escrita em português. Isso não existe.

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