Friday, October 20, 2006

O *


A internet introduziu na sociedade actual vários fenómenos. Um deles foi a escrita simbólica. Estou a falar de mensagens do tipo ":):):) tnh mtax xudades tuax kiduxo amt mt mt jokas KIKAS91*****".

No passado, este tipo de escrita apenas se vislumbrava nos cadernos dos estudantes universitários, que tomavam os seus apontamentos nas aulas teóricas à velocidade sub-sónica, quando os professores eram demasiado importantes para se preocuparem em usar acetatos ou material de referência nas aulas. Se não recorressem a esta técnica de escrita, seria impossível ter todo o material de estudo para passarem à cadeira, e nunca concluiriam o curso, vendo-se obrigados a desistir e mais tarde tornarem-se delegados de propaganda médica.

Curioso é que muitas destas pessoas, que de certa forma foram os percursores ideológicos deste fenómeno, hoje criticam os filhos por estes informarem que "hj n vnh jantar n sei qd volto p casa amt mto papa ***jokitax*** aNa:PiNk:SkYs" recorrendo a esta escrita. Como a memória nos trai, por vezes... (este último assunto propulsionaria longas divagações noutros blogs mais sérios. Porém, aqui não. s quiserem vão ler poesia ou o crlh pa outro lado)

Esta escrita foi criada pela InterNet e rapidamente se espalhou ao fenómeno social chamado "telemóvel", uma das mais importantes ferramentas de demonstração de status actual, simultaneamente nas vertentes económicas, estéticas, e sociais do indivíduo.

Gostaria de chamar a atenção para um elemento particular deste fenómeno: o *. Símbolo do ósculo, desde fraternal cumprimento familiar, passando por platónico símbolo de afectividade, até ao principal elemento de comunicação (por vezes simultaneamente verbal e não verbal) da promíscua geração morangos (e passado por toda a gama de mal-entendidos, propositados ou não, que se pretenda gerar com o seu uso).

Mas observemos agora atentamente este símbolo:

*

Facilmente nos apercebemos de uma curiosa propriedade sua.

É um símbolo que originalmente pretende retratar uma interacção, um carinhoso gesto formado principalmente com os lábios. No entanto, e como já puderam observar, ao invés de retratar esse sentimento, é algo que tem uma extraordinária semelhança com o músculo anelar que separa o interior do nosso corpo do mundo exterior, que se situa no extremo oposto da boca, na face posterior do nosso corpo: sim meus amigos, estou-me a referir ao ânus.

Ironia! então que, ao estarmos então a mimar os nossos entes queridos, ou a apenas a curte da noite de sexta passada, lhes estejamos a enviar muitos anûs com todo o nosso amor. Trata-se de uma das idiossincrasias deste mundo do hoje...



Muitos **** para os meus fiéis leitores.

Monday, October 02, 2006

Ui

Como jovem deste mundo, viajado e actual, sou pessoa que trata do seu visual. Como um todo. Quero com isto dizer que costumo aparar as minhas pilosidades, onde de maior elas surgem. Sim, nas axilas... e lá em baixo.

Deixem-se disso, estamos no séc. XXI.

Para esse efeito, recorro a uma máquina de cortar cabelo. Ora bem, estava hoje na casa de banho, após o banhuço, a tratar do assunto e, tendo terminado debaixo dos braços, passo para o andar inferior. Retirei a protecção dos dentes da máquina, para obter o corte de menor tamanho possível, e começo a tarefa. Ando lá às voltas, para cima e para baixo, para obter o look natural (que a tal obriga a um esforço acrescido). Subitamente UI sinto uma dor assaz aguda! olho para baixo
Os dentes da máquina prenderam-se-me num rofego das jóias. A zona de pele mais sensível do corpo, esventrada por refulgentes dentes de metal a deslocarem-se a enorme velocidade, num movimento de corte/trituração

Após me ter passada a preocupação inicial, e efectuada uma peritagem do dano causado, noto uma linha de pintas vermelhas que surge ao longo da zona superior escrotal. O esquerdo. Caros leitores, é uma visão que não se quer ter nunca, ver sangue a surgir dessa zona.

Ao longo do dia, senti ligeiras picadas à medida que se me ia roçando na roupa. ui ui ui, ui. Deveras desagradável.



Se ficar marca, sobra uma história para contar às amigas... quiçá aos netos.

Stardate 20061001

Pois foi. Confirmou-se, por volta das 4 da manhã desse sábado.